O céu estrelado é o teto da minha alma, e nunca o poderão tirar de mim.
Quão insondável é este azul infinito, coberto da mais excelente purpurina em que o Homem já pousou os seus olhos. E que privilégio, poder vê-lo.
Nós tentamos compreender, e tentamos chegar lá. Tentamos tocar-lhe – este limite sem limites. Mas ele será sempre maior que nós, e estará sempre um pouco mais longe que o alcance do nosso braço.
Que insondável é este ter-se um LugAR, ter-se uma identidade. Este saber quem se é, e saber que se pertence a algures.
E, ainda assim, saber que se pode pertencer a qualquer lugar, desde que de lá se vejam as estrelas.
Desde que lá o céu se pinte de nuvens de todas as cores, para celebrar a passagem dos dias e a mudança de tempo.
Saber quem se é, e simultaneamente desejar que as estrelas pudessem dar algum sinal, oferecer alguma sabedoria, inspirar algum tipo de conhecimento segundo o qual estabelecer a nossa trajetória. Elas parecem ter tanto.
Parecem já ter presenciado tanto. Estes imponentes, inatingíveis, seres que se apresentam em panorama perante os meus olhos, e que contudo o ultrapassam em dimensões que nenhuma mente humana é capaz de conceber.
Intransponíveis. E ensinam-me todas as noites que não há, diante delas, qualquer barreira que o seja realmente.
Saber que as estrelas estão lá perenemente faz-me sentir pequena, faz-me sentir maravilhada, e faz-me sentir segura. O mundo parece todo mais um só. Familiar. Mais um só, e só mais um. Todos os lugares nesta Terra estão debaixo do meu teto. O céu é o meu LugAR.